quinta-feira, 10 de janeiro de 2019

Profissão do meu futuro agora!


(Link da imagem: http://observatoriodajuventude.ufmg.br/juviva-conteudo/05-03.html)
(Aproveite e veja o site do Observatório da Juventude da UFMG: http://observatoriodajuventude.ufmg.br/juviva-conteudo/index.html)  


Esta é uma entrevista cedida para Alana Grabriela em 12 de dezembro de 2018. Alana foi aluna da Etec José Carlos Seno Júnior de Olímpia quando eu era professor lá e hoje é estagiária do Diário da Região de Rio Preto.
(Alana -entrevistadora): Como um sociólogo. Quais serão as profissões e os empregos que estarão em alta no futuro?

(Rafael - eu- entrevistado): O trabalho ocupa parte importante da existência humana e a sua realização de trabalho, além de ocupar maior parte da nossa jornada, entre 8h e 12 horas do nosso dia, é aquilo que deixamos para posteridade. Contraditoriamente desenvolvemos tecnologias para trabalhar menos e trabalhamos mais. As profissões que envolvem cuidado (cuidadores de idosos, de crianças) e profissões que envolvem criatividade (desenvolvimento e análise de tecnologias da informação, artes), tendem a se fortalecer numa sociedade mais longévoa e da informação como fonte da riqueza, ouvi dizer que dados são o petróleo dessa época.
(Alana -entrevistadora): Quais empregos que  vc acredita podem desaparecer?
(Rafael - eu- entrevistado): As funções laborais se fortalecem por demanda, espero que profissões que degradem a natureza, como mineração, por exemplo, deixem de existir e profissões de cuidado com o meio ambiente aumentem a sua demanda. Mas de maneira geral a força de trabalho se reinventa por conta das transformações da tecnologia e sociedade.
(Alana -entrevistadora):No meio dessa revolução tecnológica haverá tempo ainda para as pessoas se qualificarem?
(Rafael - eu- entrevistado): Uma visão positiva, a busca de qualificação profissional  será permanente e os trabalhadores serão mais intelectuais orgânicos, por isso terão mais qualidade de vida.
Uma visão negativa, a tal qualificação se torna apenas um mercadoria de serviço e a educação perde espaço para venda de certificados de qualificação.
(Alana -entrevistadora):No futuro o homem será a extensão das máquina, ou as máquinas serão a extensão do homem?
(Rafael - eu- entrevistado): As tecnologias são extensões humanas, a enxada extensão do nosso braço, o computador do nosso cérebro, ele nos auxilia com sua memória e rápida cognição. Os robôs são a extensão da nossa força e do nosso intelecto.
(Alana -entrevistadora):O empreendedorismo jovem pode ser a solução para o desemprego do futuro ?
(Rafael - eu- entrevistado): O empreendedorismo é  uma palavra muito bonita que dissimula o problema do desemprego. Os jovens não encontram emprego para acumular capital e sobreviver, então o verdadeiro jovem empreendedor vai fazer o que pode, usar a sua criatividade, vender lanche, customizar roupas e sites até de madrugada para garantir o seu. Mas a imagem midiática do empreendedor é o cara limpinho em um escritório,  numa boutique, esse cara deve estar brincando de trabalhar com o dinheiro que o pai acumulou, pois era empregado, ou foi empresário, num tempo em que as pessoas ficavam ricas fazendo e vendendo coisas reais, exemplo, a agricultura e a indústria, mas essas atividades tradicionais, ou se concentraram na mão de poucos, ou são mausoléus. Empreendedorismo jovem é possível de duas maneiras, ou você tem uma grana herdada e arrisca, ou você é pobre e se vira com o que tem e vai crescendo.

Professor Rafael dos Santos Borges, mestre em sociologia da educação, doutorando em educação: currículo e novas tecnologias, professor da Fatec de Rio Preto.