quarta-feira, 30 de outubro de 2019

Entender como os jovens se comunicam é entender a revolução





“A juventude é, sobretudo uma soma de possibilidades.” (Albert Camus). 

Na sociedade moderna, embora haja variação dos limites de idade, a juventude é compreendida como um tempo de construção de identidades e de definição de projetos de futuro. A juventude é a fase da vida mais marcada por ambivalências. Ser jovem é viver uma contraditória convivência entre a subordinação à família e à sociedade, ao mesmo tempo, grandes expectativas de emancipação, que gera conflito e revoltas.
Na sociedade pós-moderna, uma das barreiras quebradas (colocada em liquidação) é a separação entre o tempo dos jovens e o tempo dos adultos. Com certa promiscuidade não há mais tema, assunto, ou gênero que não seja discutido com os jovens e até crianças.
Porém, a marginalidade do jovem ainda é um TABU: 

Ser jovem é ser "suspeito", isso é senso comum e pauta da mídia. O tema da violência está bastante associado aos jovens, sobretudo aos mais pobres, do sexo masculino e negros. Sempre há estatísticas para comprovar que “são eles os que mais matam e os que mais morrem”. Assim como o já citado “medo de sobrar”, o “medo de morrer” prematuramente e de forma violenta também povoa transversalmente o imaginário desta geração. Esta questão está colocada para todos.

O tempo do jovem é o agora e, no agora vivemos uma revolução tecnológica dos meios comunicacionais, entender como os jovens se comunicam é entender a revolução.
Em um vídeo de  Castells, “O poder da Juventude é autocomunicação” postado no Youtube,  é explicado que além das diferenças de geração dos jovens de agora, há diferenças na maneira de se comunicar e por isso na maneira de pensar. Antes havia na época dos pais, a comunicação de massa numa relação de comunicador e espectador, agora temos a autocomunicação. Se fala mais do que se houve, se escreve mais do que se lê, se expõe mais do que contempla.
Num choque revolucionário protagonizado pelos jovens, (como deve ser) e reagido pelos velhos: Como estamos nisso? Como falar com meu filho?
Buscando o conflito e reconciliação dos sentimentos e ideias, devemos escutar os jovens e falar com eles, pois eles precisam da nossa memória, orientação e bondade. Sem comparar os tempos com juízo de valor, por exemplo, a expressão “na minha época,” ressalta com o “minha” o egoísmo e o distanciamento do adulto, ouça os jovens, não diga que são geração “nutella,” pois isso revela sua inveja  infantil sobre o doce. Oriente-os em suas preocupações, revele compaixão com o sofrimento dele. Os jovens, quando pobres, são retratados como perigosos, os jovens quando ricos como “ansiosos e frágeis,” mas a violência e fragilidade é construída pelo adulto.

Para saber um pouco mais leia: