sexta-feira, 15 de maio de 2020
terça-feira, 12 de maio de 2020
Éthos do brasileiro, indiferente e violento
Nesse sentido e sentimento o modo ser e a identidade do ser brasileiro vem à tona de com fervorosas contradições, pois a construção do ser nacional implica um modo de ser de vários sujeitos, seres com interesses e inclinações psíquicas próprias, únicas, mas que devem compor um coletivo.
A nacionalidade não é natural, ela é construída e reproduzida de maneira orquestrada, mas na maior parte das vezes não planejada.
Em síntese! Estou discutindo nacionalidade e patriotismo, que não é natural, é uma ideia construída e aceita como identidade de um grupo. (Quem gosta de indicação de leitura: Marilena Chauí, Nobert Elias).
Desde a formação dos Estados Nacionais no começo da era moderna europeia a nação estava ligada as leis, línguas, poder, por algum tempo rei, dentro de determinado território. Isso parece natural e eterno, mas não é (Existem outras formas de organização e identidade coletiva humana que ultrapassam as nações). Como os sentimentos de etnia dos judeus, de classe (idealizada pelo marxismo), das religiões e, mais recentemente, das minorias diversificadas e multiplicadas, que atenuam as ideias daquela coletividade nacional e fortalecem as outras ideias de coletividade.
Desde a formação dos Estados Nacionais no começo da era moderna europeia a nação estava ligada as leis, línguas, poder, por algum tempo rei, dentro de determinado território. Isso parece natural e eterno, mas não é (Existem outras formas de organização e identidade coletiva humana que ultrapassam as nações). Como os sentimentos de etnia dos judeus, de classe (idealizada pelo marxismo), das religiões e, mais recentemente, das minorias diversificadas e multiplicadas, que atenuam as ideias daquela coletividade nacional e fortalecem as outras ideias de coletividade.
Em síntese! Nacionalismo é uma forma de identidade no Brasil fraca e nesta época, antiquada! (Quem gosta de indicação de leitura: Baumam e Bordoni, sobre Estado em Crise; Darci Ribeiro, sobre o Povo Brasileiro, Milton Santos, sobre o apagar das fronteiras nacionais, Dubet, sobre abrandamento da consciência de classe em favor de identidades de minorias).
Por isso, era de se esperar que qualquer crise séria, que não fosse o estado permanente de crise econômica, sistematizado desde dos anos oitenta, traria à tona a fragilidade nacional dos países não europeus, em especial os pobres, como o Brasil, que fracamente apagou as contradições com uma sobreposição multicultural, comunhão étnica. Descendentes de migração recente resguardam uma saudade de uma mística e nobre origem europeia, ou japonesa, para travestirem uma roupagem de elite. Descentes africanos, indígenas e pobres de origem cabloca têm sua origem apagada ou caricaturada, vestem o que sobra de uma roupagem nativa.
Isso explica em parte a pouca, ou nenhuma, empatia entre os brasileiros de distintas classes, também explica em parte a falta de sentimento comum, ou de comunidade e a indiferença que solidifica a sociedade como violenta. (Quem gosta de indicação de leitura: Teresa Pires do Rio Caldeira, sobre violência e urbanização).
Em síntese, agora de fato, ligando os pontos. Estamos em crise social real que trouxe a tona que nossa nacionalidade é mal resolvida, nação já está fora de moda com advento da tecnologia e da economia informacional, não temos uma consciência comunitária, logo não temos base para consciência nacional, prova disso é que somos violentos e indiferente a violência (herança da escravidão), as saídas de apelo nacionalista, comunitário nos levam a outras encruzilhadas e a crise não passa.
No Brasil a individualidade tem apelo muito maior, talvez, mais sensível, devemos pactuar pela responsabilidade de cada um e a vergonha que é ser guiado por ideias totais, que aniquilam o indivíduo.
Referências Bibliográficas:
BAUMAN, Zygmunt; BORDONI, Carlo. Estado de crise. Editora Schwarcz-Companhia das Letras, 2016.
CHAUÍ, Marilena. O que é ideologia. Brasiliense, 2017.
DUBET, François. As desigualdades multiplicadas ou as vicissitudes da igualdade. François Dubet, As desigualdades multiplicadas. Trad. Sérgio Miola. Ijuí: Ed. Unijuí, 2003.
DO RIO CALDEIRA, Teresa Pires. Cidade de muros: crime, segregação e cidadania em São Paulo. Editora 34, 2000.
ELIAS, Norbert. A sociedade de corte. Zahar, 2001.
MILTON, SANTOS. Por uma outra globalização: Do pensamento único à consciência universal. São Paulo: Record, 2000.
RIBEIRO, Darcy. O povo brasileiro: a formação e o sentido do Brasil. Global Editora e Distribuidora Ltda, 2015.
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