A educação profissional no Brasil,
em especial em São Paulo, em particular em Rio Preto e região tem acrescido
possibilidades de desenvolvimento não apenas ao país ou as cidades, mas os
sujeitos que a compõe. A educação profissional tem sido tratada por
intelectuais, militantes da educação e estudiosos sobre educação como uma coisa
de segunda ordem, em “Brasil 500 anos:
Tópicas sobre educação” introduz-se e concluísse em capítulo destinado ao
tema que a educação profissional foi orquestrada pela elite para agregar mais
valia aos trabalhadores, porém, as circunstâncias dos últimos anos nos mostra
que essa interpretação é simplista. Nos últimos quinze anos houve uma rápida
ampliação dessa modalidade de ensino, e isso precisa ser documentado, dando voz
aos trabalhadores que clamam e lutam por educação profissional, que de maneira
alguma é oposta à educação humanística.
Quando por volta de 2000 fui à
aula inaugural da minha graduação em história o professor Franklin Leopoldo,
então diretor da FFLCH-USP, nos apresentou uma reflexão sobre a fundação da USP,
enfatizando que o intento dos anos 30 era formação da elite dirigente desse
país. Assim ficou na maior universidade pública do Brasil o sentido de que a
educação está relacionada ao exercício do poder, logo, chegar à universidade,
em especial a pública no Brasil é chegar a um centro privilegiado de poder.
O mundo mudou nesses setenta e
poucos anos (entre a fundação da USP e a expansão da Educação Superior Tecnológica),
porém educação ainda é exercício de poder, fundamental para o exercício do
poder de cidadania numa sociedade democrática. Além do mais, as mudanças
tecnológicas promoveram transformações na relação de trabalho e poder, a
tecnologia e a educação vão além de agregar mais
valia relativa ao trabalhador explorado, educação e tecnologia podem promover
autonomia do trabalhador e práticas de produção inovadoras e solidárias. (Veja
o caso dos softwares livres e emergência de uma cultura hacker transgressora e
inovadora).
O trabalhador, ou estudante que
busca uma formação profissional tecnológica ou técnica, não só está a buscar
agregar valor ao seu trabalho, como também se mostra capaz e muito eficiente em
problematizar sobre a sociedade em que vive e, por sua reflexão e trabalho,
buscar superar os dilemas dela. Por isso termino esse artigo de opinião
expressando que a educação tecnológica, técnica e profissional no Brasil não
são bitoladas e alienadas pela ânsia capitalista. Ela é instrumento de
desenvolvimento humano e de libertação dos trabalhadores e me arrisco em
escrever que seus críticos das universidades tradicionais, estão defendendo
mais seu filão do mercado, do que a educação de qualidade. Tal qualidade da educação
pública profissional eu testemunho há mais de dois anos no meu “ganha pão”:
ETEC de Olímpia e Fatec de Rio Preto.
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