As abelhas, os peixes de cardumes, os lobos, os macacos bonobos e outros animais vivem em "sociedades" com até com um certo grau de complexidade, bem como há "sociedades" tais como as secretas, as limitadas e as sociedades assistenciais, mas essas "sociedades" são marcadas por organizações pré-determinadas pela genética, instinto e sobrevivência natural (as primeiras) e definições pré- estabelecidades em contratos, com delimitações objetivas (as segundas). Pode haver tensão política interna nessas sociedades, mas quando se trata de política, trata-se de algo mais complexo pois, nossa Sociedade é Política e o tema é polêmico. Em política o destino comum está em jogo. Por isso, esse um tema que leva vida para filosofia e filosofia para a vida. Por ser um ser político o homem é um ser pensante.
Política: o Grego: πολιτικός / politikos, significa " de, para, ou relacionado a grupos que integram a Pólis ") denomina-se a arte ou ciência da organização, direção e administração de nações ou Estados; a aplicação desta ciência aos assuntos internos da nação (política interna) ou aos assuntos externos. Nos regimes democráticos, a ciência política é a atividade dos cidadãos que se ocupam dos assuntos públicos com seu voto ou com sua militância.
Vamos ver algumas definições chaves sobre as abordagens em relação a Política de importantes filósofos:
Aristóteles em 1252 a.C. :
"Vemos que toda cidade é uma espécie de comunidade, e toda comunidade se forma com vistas a algum bem, pois todas as ações de todos os homens são praticadas com vistas ao que lhes parece um bem; se todas as comunidades visam algum bem, é evidente que a mais importante de todas elas e que inclui todas as outras, tem mais que todas, este objetivo e visa ao mais importante de todos os bens; ela se chama cidade e é a comunidade política"
Aristóteles idealizava política a tudo o que se relaciona à busca de ações para o bem-estar tanto individual como coletivo.
Maquiavel entre 1469-1527:
A política não é vista mais através de um fundamento exterior a ela própria (como Deus, a razão ou a natureza), mas sim como uma atividade humana. O que move a política, segundo Maquiavel, é a luta pela conquista e pela manutenção do poder. O Príncipe" tem um estilo elegante e direto. Suas partes são bem organizadas, tanto na apresentação quanto na distribuição dos temas. O procedimento principal do narrador é comparar experiências históricas com fatos contemporâneos, a fim de analisar as sociedades e a política. Em algumas passagens, o próprio autor se torna personagem das situações que descreve. Podemos dividir a obra política de Maquiavel em quatro partes: classificação dos Estados; como conquistar e conservar os Estados; análise do papel dos militares e conselhos aos políticos para manutenção do poder. Dizemos que Maquiavel é o fundador do pensamento político contemporâneo, pois foi o primeiro a pintar os fatos como são e não como deveria ser.
Tomas Mórus, 1478 – 1535:
Mas o pensamento de Tomas Mórus (1478 e 1535), traz para a Política uma ideia de idealização cunhada por ele por UTOPIA: e de evidente influência platônica e agostiniana), o autor apresenta uma ilha imaginária, chamada Utopia (u, negação; topos, lugar) que seria um protótipo da perfeição social, da mais plena harmonia em termos de convivência humana, um “não lugar” de rejeição do real (que está falido) e de esperança no ideal (que se deseja construir). Essa ilha acabou denominando o termo útil até hoje para significar uma sociedade perfeita ou ideal: Utopia!
O pensador vive sob um regime totalitário e escreve uma obra sobre uma sociedade que não existe representando por meio dela uma forma de governo considerada ideal, é possível que ele tenha escrito uma utopia, mesmo que sua obra não esteja diretamente vinculada à filosofia. Também pela definição posterior do termo, como gênero, podemos entender que a obra “A República” de Platão, embora escrita antes da obra de Mórus, trata-se de uma utopia, pois nela mostra-se a criação de uma cidade governada por reis-filósofos para responder à questão “o que é justiça?”.
Uma das marcas que indicam, em uma obra filosófica, a diferença entre uma utopia e uma Filosofia Moral ou Política é a exposição do pensamento: em vez de o autor de uma utopia trabalhar com conceitos e argumentos, ele expõe os conceitos aplicados a uma situação concreta.
Karl Marx 1818-1883:
Karl Marx (1818-1883) foi um economista, filósofo e sociólogo. Em 1848, junto com Friedrich Engels, publicou o Manifesto Comunista: um breve resumo do materialismo histórico e um primeiro esboço da teoria revolucionária que mais tarde ficaria conhecida como marxismo.
Marx é um pensador crítico da sociedade que procurou revolucionar não apenas a sociedade, mas as possibilidades políticas do pensamento, a partir de uma interconexão entre teoria e prática. Em Marx a atividade humana é força criativa, simultaneamente sujeito, ator e autor da história, mesmo que o seja sob as circunstâncias que lhe são histórica e socialmente dadas. “Por isso, Marx redigiu, no décimo primeiro aforismo das ‘Teses sobre Feuerbach’, que ‘Os filósofos têm apenas interpretado o mundo de maneiras diferentes; a questão, porém, é transformá-lo’”.
Dessa maneira Karl Marx implicou a filosofia com o engajamento político do filósofo.
Max Weber 1864-1920:
Já Weber (1864-1920) compreende como “política” qualquer tipo de liderança independente em ação. ... “Quem participa ativamente da política, luta pelo poder quer como um meio de servir a outros objetivos, ideais ou egoístas, quer como 'o poder pelo poder', ou seja, a fim de desfrutar a sensação de prestígio atribuída ao poder. Para esse pensador o Estado que se tornou referência para o pensamento político ocidental influenciando o direito, a sociologia e as ciências políticas e as teorias sobre as relações internacionais. Segundo o autor, o Estado se caracteriza pelo exercício do monopólio legítimo da violência sobre um determinado território. As formas de legitimação do poder são um componente importante da obra de Max Weber.
John Rawls 1921-2002:
O filósofo liberal norte-americano John Rawls (1921-2002) costumava dizer que a última coisa de que gostaria era de se tornar assunto de teses acadêmicas. Não podia evitá-lo, porém. O que a frase acima indica é que ele preferia que seu pensamento servisse de inspiração para que outros implementassem, ou levassem adiante, suas ideias, em vez de se limitar a alimentar teses e doutores. Dedicou boa parte de sua vida acadêmica, se não toda ela, à elaboração de uma teoria da justiça, à qual deu o nome de “Justiça como eqüidade” (Justice as fairness). Sua teoria foi apresentada de modo mais consistente, em 1971, em Uma Teoria da Justiça, e a partir daí se ocupou em responder às críticas e corrigir ou alterar aspectos dela. O conjunto de sua produção converge de maneira impressionante para seu tema central: como tornar as sociedades mais justas? Seus conceitos têm sido incorporados na teoria e na prática políticas.
Hanna Arendt 1906-1975:
Hanna Arendt em 1950, respondeu à pergunta “O que é política?” da seguinte maneira:
“A política baseia-se na pluralidade dos homens. Deus criou o homem, os homens são um produto humano mundano, e produto da natureza humana. A filosofia e a teologia sempre se ocupam do homem, e todas as suas afirmações seriam corretas mesmo se houvesse apenas um homem, ou apenas dois homens, ou apenas homens idênticos. Por isso, não encontraram nenhuma resposta filosoficamente válida para a pergunta: o que é política? Mais, ainda: para todo o pensamento científico existe apenas o homem — na biologia ou na psicologia, na filosofia e na teologia, da mesma forma como para a zoologia só existe o leão. Os leões seriam, no caso, uma questão que só interessaria aos leões (...)
Brilhante! O homem arquetípico – o Adam-Kadmon, o Adapa sumeriano, o Adão bíblico – simplesmente não existe: é uma criação da cultura patriarcal. Os que existem são os seres humanos, com todas as suas diferenças, impurezas e imperfeições. Arendt percebe que Platão (e não precisaria dizer “até mesmo”) não pode apreender a política porque repete a tradição vertical que substitui o ser concreto pelo modelo. Platão, aliás, foi o mais prolífico dos pensadores apolíticos: o seu regime ideal (a aristocracia iluminada dos guardiães ou reis-filósofos que dirige uma sociedade de castas) foi pensado para este homem imaginário, que não precisa interagir com ninguém para ser um ser político. E isso porque, de fato, não o é – e sim um ser apolítico. A política é um tipo de interação. O homem como ser apolítico é a matéria-prima ideal da autocracia. No caso de Platão, do totalitarismo e do racismo”.
Outros filósofos teóricos que são importantes para entender a filosofia, seguem alguns desses:
· Phillip Pettit , 1945, teórico político irlandês que está atualmente radicado nos Estados Unidos, onde leciona na Universidade de Princeton. Desenvolve proficuamente trabalhos nas mais diversas áreas como psicologia, moral e filosofia, mas tem obtido grande sucesso com suas obras sobre aspetos da participação política, controle e fiscalização do Estado e, principalmente, República, com seu "neo-republicanismo".
· Slavoj Žižek (esloveno IPA: [ˈslavoj ˈʒiʒɛk] Ltspkr.png ouça, Liubliana, 21 de março de 1949) é um filósofo esloveno. Ele é professor do Instituto de Sociologia e Filosofia da Universidade de Ljubljana e diretor internacional da Birkbeck, Universidade de Londres. Ele trabalha em temas como filosofia continental, teoria política, estudos culturais, psicanálise, crítica de cinema, marxismo, hegelianismo e teologia.
· Iris Marion Young (1949-2006). Era professora de Ciência Política da Universidade de Chicago e afiliada ao Gender Studies Center (Centro de Estudos de Gênero) e a seu Programa de Direitos Humanos. Sua pesquisa abrangia Teoria Política, Teoria Feminista e análise normativa de políticas públicas.
· Nancy Fraser (1947) ma importante pensadora feminista, preocupada com as concepções de justiça. Argumenta que a justiça é um conceito complexo que deve ser entendido sob três dimensões separadas, embora interrelacionadas: distribuição (de recursos produtivos e de renda); reconhecimento (das contribuições variadas dos diferentes grupos sociais); e, representação (na linguagem e em todo o domínio do simbólico).
S Sites consultados:
S https://brasilescola.uol.com.br/politica/politica-definicao.htm
https://www.sabedoriapolitica.com.br/
Bibliografia:
SEVERINO, Antônio Joaquim. Formação política do adolescente no Ensino Médio: a contribuição da Filosofia. Pro-Posições. Campinas, v. 21, n. 1, p. 61, 2010.
DOWBOR, Ladislau. Esquerda e Direita frente à Ética. Pesquisa & Debate. Revista do Programa de Estudos Pós-Graduados em Economia Política., v. 29, n. 1 (53), 2018. Disponível em https://revistas.pucsp.br/rpe/article... Acesso em 20/03/2020 HANNS, Luiz, Os perfins piscológicos de quem é de direita e de quem é de esquerda: Casa do Saber. Canal do Youtube. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=qQ3ht... Acesso em 20/03/2020
S Sites consultados:
S https://brasilescola.uol.com.br/politica/politica-definicao.htm
https://www.sabedoriapolitica.com.br/
Bibliografia:
SEVERINO, Antônio Joaquim. Formação política do adolescente no Ensino Médio: a contribuição da Filosofia. Pro-Posições. Campinas, v. 21, n. 1, p. 61, 2010.
DOWBOR, Ladislau. Esquerda e Direita frente à Ética. Pesquisa & Debate. Revista do Programa de Estudos Pós-Graduados em Economia Política., v. 29, n. 1 (53), 2018. Disponível em https://revistas.pucsp.br/rpe/article... Acesso em 20/03/2020 HANNS, Luiz, Os perfins piscológicos de quem é de direita e de quem é de esquerda: Casa do Saber. Canal do Youtube. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=qQ3ht... Acesso em 20/03/2020
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