segunda-feira, 2 de março de 2020

Os Dados: Um Capitalismo de Nova Fase e Velha Face


Temas importantes expostos no vídeo:
  • Há um mercado de dados legal (http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2018/lei/L13709.htm), regulamentado e lucrativo. Ainda parece obscuro ao cidadão comum, reconvertido em usuário. (Atenção! Nessa conversão para usuário o cidadão, que é portador de CPF, responsabilidade e poder de compra, passa a ser ao mesmo tempo consumidor e produto).
  • Os dados em si não geram riqueza, como no capitalismo industrial, onde a matéria prima passava por transformação para agregar valor e criação de mercadorias, que se reconvertiam em dinheiro - capital. Os trabalhadores, os sujeitos, apenas agregavam riqueza e consumiam. 
  • Dados não geram riquezas!
  • A profusão de dados nãos os torna menos valioso, por enquanto, os dados mais volumosos são os que valem mais.
  • Dados muito pontuais sobre os sujeitos ferem a individualidade, a moral e a justiça liberal que preza por privacidade.
  • Os trabalhadores com conhecimentos poderosos sobre como operar as grandes bases de dados são os que de fato transformam dados em riqueza, através de negócios, como marketing direcionado, manipulação da comunicação de massas, antecipações de informações por padrões de silogismos científicos e inferências de dedução e até indução.
  • Os trabalhadores capazes de realizar tais operações intelectuais são os únicos responsáveis por transformar dados em riqueza.
  • Ainda estamos em uma época de encantamento sobre mineração de dados, comércio de dados. Por isso, não há pudor e não sabemos da consequência completa dessas operações, os aspectos legais são recentes no Brasil e no Mundo.
  • Sobre o Brasil e o Mundo, os dados transpões e enfraquecem barreiras legais nacionais e a própria ideia de Estado-Nação. 
  • Havia na fase da popularização da internet em ambientes WEB uma perspectiva de liberdade de navegar e se informar. Agora, na fase da popularização da internet por mobilidade, por aplicativos e por redes sociais há uma perceptiva de navegação confinada, que é marcada pelo interesse em entender o padrão de navegação, conduzir o usuário-navegante e gerar dados ( Já escrevi sobre). 
  • Há dúvidas sobre este momento em que a interação das tecnologias é capaz de estabelecer padrões algorítmicos sobre os sujeitos e gerar uma inteligência artificial capaz de estabelecer relações dialógicas entre homens-máquinas-homens. Isso é novo, qual será o nosso limite moral? 
Prof. Dr. Rafael dos Santos Borges.

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